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 debate: a literatura de viagem como género transversal

Sexta-feira, 6 de Outubro de 2000. Das 21H30 às 23H00.

Moderador: Daniel Tércio. Com a presença de: Fernando Mascarenhas, Teresa Almeida, José Manuel Mota, e Tiago Gomes.

A viagem atravessa insistentemente o tempo da Literatura, desde a Odisseia de Homero até a On the Road de Kerouac, passando pelas Viagens de Marco Pólo, pela Peregrinação de Mendes Pinto ou pela Viagem ao Centro da Terra de Verne. As narrativas de viagens gelam-nos e fazem-nos transpirar em climas diferentes; detemo-nos tantas vezes em paisagens exóticas, e outras tantas em cenários oníricos. Sofremos com o herói, lançado em esforçadas viagens, ou pelo contrário anulamo-nos em melancolias com o preguiçoso ou o ridículo fim da heroicidade. Da literatura de cordel ao género epistolar, da epopeia ao romance, os livros permitem-nos desbravar continentes, atravessar oceanos e mergulhar nas suas mais abismais paragens, atravessar os séculos em extraordinárias Máquinas do Tempo, explorar o espaço exterior em olímpicas naves-mundo, colonizar planetas distantes e atravessar universos por entre vertiginosos buracos-negros. A viagem é talvez um espelho da História Interminável da espécie. E a história da escrita literária é, em si mesma, uma aventura errante em que se constroem e desconstroem géneros. Então, a demanda do Graal torna-se porventura a alegoria da própria literatura, ou mesmo de todas as artes: a busca incessante da chave do mundo.

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