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No final da semana, a Editorial Caminho apresentou o resultado do concurso de originais de FC lançado no ano passado... and the winner is: Luís Miguel Sequeira! Quem tem acompanhado de perto as actividades da Simetria conhece alguns dos contos do jovem autor, publicados no Web Fiction e na antologia dos passados Encontros. Segundo a apresentação efectuada na passada noite de sexta-feira, Luís Sequeira afirmou que o seu novo e premiado livro, de nome _4 Andamentos_, é composto por quatro contos e noveletas que seguem o mesmo estilo e capacidade de ironia presente nos seus outros trabalhos. *EVENTOS* e a Simetria unem-se a dar os parabéns ao autor, e desde já o incentivam a continuar a sua produção literária! Esta edição de *EVENTOS* contém, em rigoroso exclusivo, a primeira parte de um artigo de Brian Stableford, por duas vezes convidado dos Encontros de Cascais, sobre a evolução do domínio da ficção especulativa. Chamo ainda a vossa atenção para o artigo referente à internet, sobre um site que se vai tornar no novo conceito de apresentar FC. --oOo-- +--------------------------------------------------------PUB--+ | Existe uma Ficcao Cientifica em Portugues! | | | | Conheca os autores, nacionais e internacionais. | | Conheca as obras, as actividades e os objectivos da | | Associacao que tem por fim juntar os entusiastas da | | literatura do futuro. | | | | Venha tomar um cafe connosco. Pavilhao do Dramatico de | | Cascais. Telef. 21 482 45 22 | | | | SIMETRIA FC & F - A unica associacao que torna o futuro | | presente | | https://simetria.org | +-------------------------------------------------------------+ ARTIGO Ficção Especulativa na Europa e na América: O passado e o futuro por Brian Stableford (trad. Luís Filipe Silva) (Parte I) Independentemente da região do mundo onde seja produzida, a ficção científica moderna tende a seguir o formato americano. O que não implica que a ficção científica seja toda igual, sendo bem verdade que há algumas comparações e contrastes interessantes a retirar das FCs de diferentes nações, mas a imagem da FC - a ideia a partir qual os membros da comunidade internacional formam a imagem do que deve constar de um livro, série televisiva ou filme de FC - é muito provavelmente baseada em modelos americanos. É este o imenso poderio da produção americana; a exportação de filmes e programas de tv dos EUA é tão prolífera que são conhecidos até em países que durante a Maior parte deste século tentaram minimizar a influência externa. Ao examinar a história da FC, é bom lembrarmo-nos que a situação não foi sempre esta - que houve uma época em que outras nações tinham fortes tradições de ficção especulativa cujas preocupações principais diferiam em muito da FC americana dos nossos dias, e que abordavam essas preocupações de outra forma. Nem se trata esta análise de mera curiosidade histórica. Todos nós que nos encontramos seriamente interessados no futuro potencial do género, quer enquanto escritores, críticos ou leitores, precisamos de incluir nos nossos cálculos o impacto da mudança social. Estaremos melhor equipados para o fazer se compreendermos como é que as diferentes circunstâncias sociais originaram diferentes tipos de ficção especulativa no passado - e porque, pelo menos durante uns tempos, essas diferenças foram tão eficazmente eclipsadas pelo modelo americano. Não há tempo para neste breve artigo discutir todas as diferentes tradições literárias do mundo, mesmo se me julgasse competente para o fazer, pelo que me irei limitar a inferir algumas comparações breves entre duas tradições europeias - as da Inglaterra e de França - e a tradição americana. Ao restringir os meus comentários aos casos que melhor conheço, não pretendo de maneira nenhuma sugerir que outros sejam menos interessantes; pretendo somente providenciar uma ilustração minimamente adequada da minha afirmação de que houve diferenças substanciais entre as atitudes fundamentais perante o progresso, comumente observadas nos primórdios da literatura europeia, e que estes são também distintos da atitude fundamental perante o progresso mais comumente observada nos primórdios da fc americana. (Digo «comumente observada», obviamente, porque a literatura de cada país é difusa, e normalmente inclui fortes desacordos entre pontos de vista opostos - mas a existência de tais diferenças não torna impossível que se observem padrões subjacentes.) A substituição das tradições da ficção especulativa da Inglaterra e de França pelos produtos de importação americana foi mais evidente nos anos que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial, mas as sementes económicas do fenómeno tinham sido cultivadas muito tempo antes. Pelos finais do século XIX, os EUA estavam mais empenhados do que qualquer país da Europa, no desenvolvimento feroz das novas tecnologias como catalisador do progresso social, embora a Europa Ocidental fosse ainda o núcleo comercial e financeiro do mundo. Talvez os EUA acabassem por suplantar a Europa de qualquer forma - mas tiveram uma grande ajuda por parte da tentativa europeia de aniquilar uma parte substancial da sua riqueza colectiva entre 1914 e 1918. O grande salto em direcção à prosperidade relativa de que a América gozou na década que sucedeu o final da Primeira Guerra Mundial deparou-se com o obstáculo da Queda de Wall Street em 1929, mas os EUA eram já tão poderosos que os mercados financeiros da Europa acompanharam esta queda, e os piores efeitos da Grande Depressão iriam acabar por ser a principal exportação americana dos anos 30. Contudo, embora os EUA tivessem conseguido uma nova proeminência económica no período entre as guerras, ainda parecia estar - mesmo aos olhos de muitos americanos - numa posição de subserviência cultural face à Europa Ocidental. Europa permaneceu o lar dos mais influentes críticos do gosto artístico, logo o lar espiritual da própria arte. O que os EUA tinham em substituição de arte era Hollywood - mas mesmo aqui a América provou ter ficado com a melhor parte do bolo. Muitos dos escritores americanos com ambição que escolheram Hollywood ao invés de Paris desprezavam-se a si mesmos por se terem vendido à força bruta económica do novo meio, mas estavam na verdade a desbravar o caminho que o resto do mundo iria seguir. De novo, o caminho teve uma descida abrupta quando a Europa se entregou a um novo período de auto-mutilação entre 1936 e 1945. Os EUA envolveram-se de forma mais intensa - e muito mais cara - na Segunda Guerra Mundial do que na Primeira, mas foram apenas precisos três anos para que os americanos e o seu progresso tecnológico demonstrassem que a melhor forma de entrar numa guerra moderna era de desenvolver uma arma que exterminasse todo o povo inimigo num só ataque. Nos anos que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial, as nações da Europa Ocidental debatiam-se contra a escassez desesperada de alimento, papel e quaisquer outros produtos de importância comercial. Entretanto, os EUA gozaram de um novo impulso económico cujas ideologias intrínsecas de produção e consumo inundaram os mercados mundiais. Os aspectos do ideal americano de progresso social que eram encarados na sua quintessência americana, não tinham o apoio completo nem sequer dos países amigos, mas o antagonismo da Guerra Fria que acabou por dividir o mundo em duas facções distintas, cada uma procurando resguardar-se das influências nocivas das ideologias do outro; a vantagem dessa longa batalha ficou sempre do lado dos americanos, e quando o comunismo da Europa Oriental acabou por colapsar nos anos 80, a definição americana do progresso - e todos os mitos subjacentes - tinham adquirido uma superioridade inabalável sobre os seus rivais mais próximos, bem como sobre o suposto inimigo. O facto que a ficção especulativa da Europa Ocidental tenha aceitado a marca americana, e o corolário que os escritores dessa ficção europeus se tenham encontrado no lado dos perdedores face à competição feroz das obras de importação americana, pode ser encarada como uma das consequências menos importantes da hegemonia cultural e económica dos EUA - e não tenho quaisquer intenções de contrariar esse ponto de vista - embora julgue que esta consequência tem um interesse particular na medida em que a ficção especulativa é o veículo ideal para fazer reflectir e isolar os mitos específicos do progresso sentidos pelos seus criadores. (cont. próximo número) --oOo-- FCnet Galaxy Online: o novo conceito de FC _Galaxy_ tornou-se num nome famoso no reino dos magazines de FC, durante os anos 50. Sob a direcção editorial de H. L. Gold, surgiu, nos EUA, como um bafo de ar fresco relativamente ao longo domínio da _Astounding_ Campbelliana (que por esta época andava muito ligado às loucuras da dianética). A política de Gold era menos estrita: queria contos sobre psicologia, humor, sociologia; trabalhava de perto com os autores neste sentido, cujo grupo era constituido por nomes sonantes: Bester, Simak, Leiber, Knight, Bradbury e Pangborn. Gold, nos anos 60, sofreria um acidente de viação, e seria substituído por Frederic Pohl, que levaria a magazine numa direcção completamente distinta. O último número surgiria finalmente em 1980. Sem manifestar uma ligação expressa com a magazine de tempos idos, Douglas E. Conway, presidente e responsável pelo novo projecto, afirma que a «Internet tem há muito tempo representado a convergência final com a televisão para tornar os PCs em TVs interactivas (notícia da _Locus_, Jan. 2000). Surge então o projecto _GalaxyOnline_, cujos _downloads_ possíveis incluirão filmes, entrevistas, séries televisivas, entre outros. A literatura não está esquecida, prometem os responsáveis, cujos nomes comportam um conjunto de personalidades famosas do meio: Ben Bova, David Gerrold, Amy Stout, Gregory Benford, Rudy Rucker, e tantos outros que se torna impossível mencioná-los aqui. O site está dividido nos seguintes «canais»: * Science Fiction Media: filmes, tv e programas originais * Fahrenheit 451: livros, BD, revistas e literatura clássica * Channel X: paranormal e new-age * Galaxy Games: jogos * Digital Planet: tecnologia * Brave New World: tecnologia do futuro * Starship Earth: notícias do nosso planetazinho * To the Stars: viagens espaciais e astronomia * Future Shock: a vida no futuro * Galaxy Kids: para os jovens de espírito * Forbidden Zone: só para adultos... * Close Encounters: comunidades * Galaxy of Stars: celebridades Do que estão à espera? Façam já _click_! O endereço é: http://www.galaxyonline.com Boa viagem! --------------------------------------------------------------- (c) 2000 Luis Filipe Silva --------------------------------------------------------------- *Enderecos e links mencionados nos artigos SIMETRIA: https://simetria.org e-mail: mailto:[email protected] Luis Filipe Silva: http://www.geocities.com/Area51/Lair/4121 e-mail: mailto:[email protected] *EVENTOS - e-mail para assuntos relacionados com o boletim: mailto:[email protected] *Se desejar deixar de receber este boletim, devera enviar uma mensagem para mailto:[email protected] |