FC é um potenciador do
metabolismo do córtex cerebral, com base no
raciocínio indutivo, um princípio activo da
família de pré-cognição semiótica.
Especialmente indicado em casos de depressão
ligeira ou crónica, estados de ansiedade perante
o ritmo de mudança social, apatia, desinteresse,
sentimentos de culpa, falta de iniciativa ou
dificuldades de concentração. Actua como
bloquador da enzima MAO (mono-amina-oxidase),
permitindo um aumento do nível da feniletilamina
(PEA) e neurotransmissores associados, com
particular incidência na norepinefrina, dopamina
e serotonina. Como a acção metabólica do
raciocínio indutivo se efectua sobre as
substâncias naturalmente produzidas pelo
cérebro, não interfere com o desempenho de
outras substâncias anti-depressivas que tenham
como principal contra-indicação os agentes
inibidores da MAO, embora torne redundante o seu
uso. A posologia varia consoante o paciente,
embora se recomende, nos primeiros meses do
tratamento, a leitura de um ou dois contos por
dia, podendo ser acompanhada pela leitura de um
romance ou visionamento de um documentário
científico, semanalmente. Nesta primeira fase
dever-se-ão evitar filmes e séries televisivas,
excepto com aprovação do entusiasta credenciado
responsável pelo tratamento. Em regra geral, FC
conduz a uma rápida melhoria do estado
psicossomático do paciente, tornando-o
interessado, culto, atento, aumentando a sua
capacidade de concentração e de raciocínio.
Efeitos secundários conhecidos podem
manifestar-se como afastamento de grupos sociais
que não tenham estado expostos ao princípio
activo do tratamento, preferindo associar-se
entre si nos chamados «fandoms», tendência
para projectar factores de mudança sobre o meio
ambiente circundante, e uma genuína incapacidade
de se sentir surpreendido por progressos
tecnológicos e polémicas associadas sobre os
quais já tenha tido ampla discussão na
literatura.
(in Indice
Nacional Terapêutico, edição de 2005)
EFEITOS SECUNDÁRIOS são todas as consequências de
uma acção, evento ou substância que não
contribuam directamente para o fim esperado mas
que lhe são inerentes ou inevitáveis.
Normalmente, por não se poderem controlar, as
consequências são tomadas como indesejáveis ou
sofríveis, mas esse nem sempre tem de ser o
caso. A ficção científica tem os seus
próprios efeitos secundários
considerados, não a nível individual, mas como
expressões artísticas e manifestações
socio-culturais que ultrapassam a própria
definição de FC, saindo por vezes do campo da
literatura. O seu estudo, ou a sua mera
observação, torna-se interessante, se através
deste podermos tomar consciência da diversidade
que compõe a geografia (mental) dos leitores e
entusiastas do género, e conduzir-nos a uma
noção da ficção científica, não como uma
forma catalogável da literatura, não como um
gueto dentro de um gueto um pouco Maior, mas como
uma filosofia de conduta, um modo de reacção à
mudança e à própria vida.
Começamos com esta
manifestação cultural (?), amada por muitos e
vilipendiada por igual número (dependendo os
elementos de cada grupo da sua classe social,
estatuto intelectual e vantagens do momento),
embora certamente a mais internacional e
difundida: a televisão.
FC NA HERTZLÂNDIA
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